
Interrompemos os capítulos de Era uma vez para falar de uma história de verdade, embora seu início e desenvolvimento tenham sido dignos de conto de fadas, infelizmente faltou o final feliz.
Nunca imitei o Michel, não sou apaixonada por suas músicas, meus bailes não foram ao som de Thriller e Ben, a única coisa que tenho do Jackson mais famoso em casa é o Vinil de We are the World, e não...não o coloquei para tocar porque seu organizador morreu.
Mas apesar de tudo isso, reconheço com muito respeito e admiração o mito que ele se tornou, o precurssor de tantas conquistas para a música negra e para o Pop mundial. Um talento excepcional, com uma musicalidade extraordinária saltando por suas veias em cada nota cantada e em cada passo dançado. E o reconhecimento de todas essas qualidades juntado à sua história e fim trágicos comoveu meu coração e como pena é uma palavra tão feia e forte, chamo o que estou sentindo de compaixão.
Compaixão pela sua falta de auto aceitação.
Por ter construído um mundo encantado (mesmo que alugado!) e como já dizia sua terra, nunca ter sido de verdade para ele.
Compaixão por sua insegurança, por sua infância brilhante, mas adulta demais para carregar um grupo e uma carreira nas costas e por seu amadurecimento tão infantil revelado no tom de sua voz.
Compaixão por aquela doçura que na frente dos palcos tranformava-se numa agressividade espantosa!
Compaixão pelo negro que ele mesmo discriminava e que queria a todo custo esconder, mas que vivia tão forte dentro da caracaça branca, sem vida, notado apenas pelo brilho do olhar inconfundível do gueto.
Compaixão por uma genialidade reconhecida pelo mundo, mas insuficiente para si próprio.
Ah Michel! Quanta loucura, por tão pouca aventura.
Depois de sua morte e de sua história mostrada em todos os canais e a todo tempo (saturação!!!), fico pensando no quão vazia era sua alma, quanto auto desprezo, quanta insatisfação, quanto desamor, quanta baixa estima, quanta bobagem!
Era o típico pobre menino rico que de tanta insanidade permitida, tornou-se pobre de novo.
E provavelmente se foi sem saber que a verdadeira nobreza não estava em seu lindo palácio nem em sua pele branca, que sangue nobre não escolhe raça como já pensava Hitler, e que se ao invés de olhar para o que o mundo pensava dele, ele tivesse olhado para dentro de si, comemoraria seus 50 anos com seus 50 shows numa turnê espetacular.
E mesmo com o nariz de fusquinha de porta aberta, com a pele escura e cabelo pichaim, seus fãs o idolatrariam da mesma forma, era só ser ele mesmo até o fim.
Talvez a maior lição de vida de Mihel Jackson seja ensinada agora, depois da morte.
O Beijo e um cheiro à todos os fãs.
3 comentários:
Falou tudo sobre aquele que, para mim, continua sendo uma aberração.
ele só queria ser amado.
Ah, gente... o cara era louco e maníaco, mas tinha uma voz espetacular, em minha opinião.
Acho que vou me cuidar mais. Faltam 20 anos pra que eu chege à idade que ele tinha. Não gostei.
kkkkkkkkkkkkkkkk
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