quinta-feira, 7 de abril de 2011

Palavra de Professora

A tragédia na escola de Realengo, Rio de Janeiro já é o resultado de uma geração deformada.
Trabalho nos dois maiores setores públicos deste país, saúde e educação.
No plantão do último sábado às 3h da manhã, chegou um paciente com intoxicação exógena e etílica, acompanhado de outros indivíduos que se diziam amigos. Um desses indivíduos agrediu uma colega auxiliar de enfermagem, que estava providenciando a medicação do paciente, enquanto a ficha não chegava. Um outro colega para defendê-la, bateu no indivíduo, para defender a colega.
A auxiliar de enfermagem abriu o boletim de ocorrência, fez seus exames de corpo e delito, acidente de trabalho, etc.
Os policiais disseram a ela que iria ser difícil algo acontecer com esse indivíduo porque ele simplesmente não tinha antecedentes.
Talvez até hoje ninguém tenha registrado ocorrência contra ele, mas certamente não se pode afirmar que essa pessoa não teve antecendentes de agressividade, ninguém tem um surto de agressão às 3 da manhã, contra uma profissional que simplesmente está exercendo sua função dignamente em seu local de trabalho.

Trabalho na Educação há pouco menos de um ano, e o que sempre digo que me assusta, me angustia e muito me preocupa é justamente que tipo de pessoas estamos formando.
Que tipo de gente vai cuidar da gente?
Eles não têm limites. 
Esse rapaz, que cometeu essa atrocidade no Rio de Janeiro, não tenho dúvidas já fez outras coisas bem ruins, embora sem antecedentes criminais,  basta avaliar a habilidade em manusear a arma que ele tinha na mão, um cara introovertido, adotado, e ficava muito tempo na internet. O que é assustador é que o tripé básico da sociedade (FAMÍLIA, RELIGIÃO E CULTURA) está cada vez mais esquecido, e as pessoas não têm percebido isso.
Essa tragédia é fruto da queda desse tripé.
Essa tragédia é fruto de pais que acham que a educação de seus filhos é responsabilidade exclusiva dos professores. É resultado do descaso com a formação básica de nossas crianças. É consequência da negligência de pais e descuido das pessoas devidas às crianças que por diversas vezes apresentam distúrbios de mental e principalmente de caráter, e nada se faz, e pior, muitas vezes se acha belo.
Está aí!
Ou voltamos e revemos alguns princípios e valores básicos da sociedade, da familia, de Deus e etc. Ou ainda vamos viver coisas terríveis e chocantes como essa.

Hoje, quem vos escreve é a Professora Priscila, cheia de lágrimas nos olhos.

Minha compreensão, solidariedade e orações às famílias das vítimas.

O Beijo

Um comentário:

Pequena disse...

Palmas!

Professora Camilla.