Egoístas

"(...)O amor não busca seus próprios interesses (...)" (I Coríntios 13)

Na verdade não se ama pessoas, ama-se amar.

Somos seres feitos para amar, isso foi encurtido em nossa essência, o único e grande fator complicador é que precisamos do outro para que essa essência se manifeste.

Procura-se um alvo, enxerga-se as características que mais agrada, que mais te faz sentir bem e essa pessoa torna-se o objeto do amor.

E quando não se consegue desvencilhar delas, pensa-se que é aquela pessoa que te prende, quando na verdade o que te prende é a forma e a profundidade com que a pessoa alcança SUA vida e TE faz sentir bem.

Não é pelo outro, é por si.

Não é que se quer fazer o outro feliz. É que TE faz feliz fazer bem a ele (a).

É que ninguém TE faz um carinho como ele (a). Ninguém TE beija como ele (a). Ninguém TE abraça como ele (a). Ninguém faz tão bem aos SEUS olhos e ao seu coração como ele (a).

E é tão verdade que quando alguém não nos faz mais bem, não nos satisfaz mais, o que acontece? Término de relacionamento, e ninguém respeita o egoísmo do outro, a não ser que ambos os lados já não se sinta bem na relação, porque quando um quer e o outro não quer, o um egoísta de qualquer jeito quer continuar junto, mesmo que o outro não queira mais, só porque lhe faz bem, mas não pensa que não está fazendo bem ao outro e por isso o outro egoísta quer dar o fora.

Esse egoísmo é uma espada de dois gumes que de um lado nos leva a procurar sempre o que faz bem a alma, ao corpo, porém ele muitas vezes nos cala, nos machuca, nos anula só por medo de não ter mais os bons momentos, os carinhos, a conversa, o companheirismo que nos faz tão bem.

Sapos engolidos, muitos ainda pendurados na goela por pura insegurança, pavor de perder o que é bom.

Quando o amor escolhe um alvo e nos grudamos nele, não queremos largá-lo por puro medo, medo do novo, de viver outras experiências, medo de que ninguém nos trate bem da maneira que queremos, que gostamos, que achamos merecer.

Se não fôssemos tão egoístas, provavelmente seríamos mais felizes, não se engordaria tanto, não se beberia tanto, não se usaria tanta droga, não viveríamos nessa incessante busca por mais, nessa insaciável sede de prazer, nessa eterna odisséia na busca daquilo que nos completa e nos preenche a alma.

Minha amiga do fritas acompanham (aliás foi numa conversa com ela que esse post foi inspirado) escreveu recentemente sobre as tais interrogações do amor que ela nunca entenderá.

Nem eu.

O Beijo