
Tinha muita coisa lá.
Algo tão evidente no ar, que quase dava para tocar.
Tinha o suor dos corpos.
Uma vibe e uma batida forte e contínua.
Tinha sintonia também no vai e vem dos nossos quadris.
Havia bocas trêmulas.
Olhos fechados para ver melhor.
Olhos abertos que brilhavam feito esmeraldas em cima do meu corpo e enxergavam... TUDO.
Lágrimas também tinham neles.
Havia uma força na ponta dos meus dedos que marcavam suas costas na intenção de te segurar e não deixar você ir.
Tinha uma respiração forte e cadenciada.
Tinha sua mão repousando em meu corpo como um escultor reconhecendo sua obra.
Tinha um beijo desapressado, um beijo que tinha olhos, mãos, membros e boca.
Tinha um cheiro. Cheiro da pele, do líquido, da saliva, do cabelo e de tudo misturado.
Não havia lá, eu e você.
Tinha a gente e o céu.
Tinha o tempo que você ficou sobre o meu corpo depois de tudo acabado. E os soluços.
Não tinha dúvidas de que éramos nós que estávamos lá.
E que sendo despedida, foi perfeito como se fosse a primeira vez.
Por Margarida Flores de Guadalupe
2 comentários:
Despedidas como essa marcam nossa vida.
Sei bem o que vc diz.
PQP, Pri! Que texto lindo da p...! Me fazendo chorar, pra variar...
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