quinta-feira, 2 de abril de 2009

Apenas uma dose


Tem gente que faz questão de fazer a gente se sentir o vilão. Há um momento era o amor da vida inteira, agora o algoz da pior espécie, sem dó nem piedade...Então tá! Incorporemos o papel.


"Sim, eu, o extraviado, sim, eu o individualista exacerbado, eu, o inimigo do povo, eu o irracionalista, eu o devasso, eu, a epilepsia, o delírio e desatino, eu, o apaixonado..." "queima-me, língua de fogo!...há-há-há..." "...eu, o pavio convulso, eu, a centelha da desordem, eu, a matéria inflamada, eu, o calor perpétuo, eu, a chama que solapa..." "transforma-me em tuas brasas!...há-há-há..." "...eu, o manipulador provecto do tridente, eu, que cozinho uma enorme caldeira de enxofre, eu, sempre lambendo os beiços co'a carne tenra das crianças..." "fogo violento e dulcíssimo!...há - há - há..." "...eu, o quisto, a chaga, o cancro, a úlcera, o tumor, a ferida, o câncer do corpo, eu, tudo isso sem ironia e muito mais."


(Um copo de cólera - Raduan Nassar, Pg. 65)



O Beijo

3 comentários:

disse...

Raduan é foda, né?

A situação, também.

Ninguém merece!

Unknown disse...

assisti esse filme sábado.

eu sei o que é ser o amor da vida inteira e agora o algoz da pior espécie.

Pequena disse...

Odeio pessoas que se fazem de vítima!!!