terça-feira, 19 de agosto de 2008

Luvas


Crônica de Rubem Braga, "que lindo isso!", exclamei em sala de aula quando o professor estava analisando-a junto com a gente, "já que você foi tão espontânea, comente o que te chamou atenção", disse o professor pegando-me desprevenida...rs.

Seguem os trechos que me chamaram a atenção.

Contrariando o costumeiro, não sabia muito o que dizer, naquele momento estava sentindo muito e falando pouco, com poucas palavras, a voz saiu meio embargada.

Tomara que todos consigam vislumbrar tudo aquilo que me chamou atenção nessa crônica, não pelas palavras (que são lançadas com arte), mas sentindo, e não na mesma intensidade que eu (sentir tanto assim, dói), mas sentindo com a experiência tão peculiar a cada um.



"é que a gente procura uma aventura assim para ter uma coisa bem fugaz, sem compromisso, quase sem sentimento; mas ou acaba decepcionada ou sentimental...”


"Juntou, quase nervosa, que também não lhe importava o que eu pudesse pensar a seu respeito; e que mesmo que pensasse o pior, eu teria razão; que eu tinha todo o direito de achá-la fácil e leviana, mas só não tinha o direito de tentar fazê-la de tola. Que mania que os homens têm..."



"Pego as pequenas luvas pretas. Tem um ar abandonado e infeliz, como toda luva esquecida pelas mãos. Os dedos assumem gestos sem alma e, todavia tristes. É extraordinário como parecem coisas mortas e ao mesmo tempo ainda carregadas de toda a tristeza da vida. A parte do dorso é lisa; mas pelo lado de dentro ficaram marcadas todas as dobras das falanges, ficaram impressas, como em Verônica, as fisionomias dos dedos. É um objeto inerte e lamentável, mas tem as rugas da vida, e também um vago perfume."



Ai...ai...


O Beijo

3 comentários:

Anônimo disse...

Pri!
Obrigado pelas visitas de sempre lá no blog, o seu espaço tbm está muito legal, cheio de textos e citações interessantes. Parabéns, moça! Bj!
Deus nos abençoe!
Sall
www.blogdosall.wordpress.com

Anônimo disse...

"As Luvas da Camilla"
Pq será??rs...
Bjos

disse...

Por isso gosto das crônicas: explicam com minúcias o que nos parece inexplicável. Dão voz àquilo que fica preso na guela.

Hoje me senti como a luva do conto.

Um beijo